quarta-feira, 26 de março de 2014

    Jornalismo resiste ao desejo da Record de apagar a imagem de uma emissora que só vive de crime, polêmica e sangue

    A Record encomendou uma ampla pesquisa de avaliação de toda a programação e da imagem da empresa junto ao mercado publicitário e telespectadores. O levantamento apontou que o excesso de jornalismo policial reforça a imagem de uma TV que explora as mazelas da população e só consegue audiência com crime e sangue. É ai que surge o problema.

    Os especialistas da empresa contratada indicam como uma das soluções a redução desse tipo de cobertura jornalística, batendo de frente com a atual linha editorial da emissora, que dedica muito tempo a reportagens policiais. Os executivos ligados a este setor rebatem a pesquisa com números que deixam bem claro que os picos de audiência surgem justamente durante o crime ou sangue derramado. Há quem afirme que o ideal é sacrificar neste momento os bons números e perder parte do público para depois reconquistar o espaço com um jornalismo mais limpo e prestador de serviço, com elementos capazes de atrair bons anunciantes.

    Um dos problemas, segundo a pesquisa, é que essa exploração de crimes contamina toda a programação. O mercado publicitário tem um pouco de restrição aos produtos mais popularescos que podem denegrir a imagem de seus clientes e para não arriscar tiram verbas também de outras atrações.

    A disputa do jornalismo com os que querem implantar as mudanças ainda deve demorar, afinal, no atual momento da Record as maiores audiências não estão no entretenimento e na dramaturgia, mas no “Cidade Alerta”, “Balanço Geral” e “Jornal da Record”. Alguém vai contrariar?

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